Design de interiores: privacidade nas consultas

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Um dos pontos mais importantes que os pacientes avaliam é a privacidade nas consultas médicas. Fazer um exame, ou mesmo um checkup de rotina é inibição para muitas pessoas, portanto, o design de interiores é um grande aliado dos médicos nesse momento.

Quem, na condição de paciente, já não ouviu uma conversa que vinha dentro do consultório, enquanto aguardava na recepção?

Enquanto esperava algum atendimento, já presenciei algumas situações assim.

Imediatamente, nesses casos, me vem à cabeça a importância que o design de interiores para a privacidade das consultas.

Estou certa de que muitos médicos já foram alertados sobre este problema, porém, alguns não colocam como prioridade, e esquecem que este detalhe também faz parte do quesito atendimento.

Alguns exemplos dos benefícios de um bom projeto de design de interiores

Ao longo de minha carreira, como designer de interiores, vivenciei algumas situações interessantes.  Duas delas gostaria de compartilhar com vocês.

Fui chamada para resolver um problema que incomodava todos os profissionais, inclusive os pacientes.

As paredes das salas eram muito finas e todos se ouviam, o que dificultava inclusive a concentração no atendimento. Privacidade comprometida.

Consultórios bem planejados ajudam a manter a privacidade das consultas

Como o design de interiores ajuda a evitar situações constrangedoras?

Após uma longa conversa com médicos e recepcionistas, resolvi vivenciar as suas queixas e analisar cada item, cada ambiente. Desse modo, fiquei na recepção enquanto os atendimentos eram realizados e pude ouvir a conversa de dois pacientes.

Logo após, ouvi a secretária prestando contas à médica: pagamentos, pedidos de compras de material e até cobranças da médica sobre tarefas que não haviam sido cumpridas.

Pude ouvir tudo com perfeita nitidez. Foi quando percebi que o problema era mais sério do que imaginava. 

Finalmente, após um estudo minucioso, optei por usar materiais que absorvessem mais o som e que criassem barreiras em todos os ambientes.

Cada caso, uma solução diferente

Nesse consultório, as paredes eram feitas de divisórias muito finas, que foram substituídas por gesso acartonado com lã de rocha, próprias para tratamento acústico.

Entre a recepção e o corredor foi colocada uma porta deslizante espessa, criando uma barreira para o som. Nas salas optamos por usar portas de madeira maciça, painéis e móveis também de madeira.  Pronto, problema solucionado! Isso deixou o cliente bastante satisfeito e os pacientes, acredito, também.

Boas experiências, fidelizam os pacientes

A outra experiência foi quando precisei acompanhar uma pessoa da família em uma consulta ginecológica. Ao chegar, tive uma impressão muito agradável do ambiente: ótima decoração, iluminação bem distribuída, revistas e um delicioso café.

E, para completar meu encanto, o atendimento da secretária foi impecável. Porém, o que eu não contava é que, durante a espera, eu ouviria claramente a conversa que se desenrolava lá dentro do consultório, enquanto a médica atendia uma paciente.

Fiquei apreensiva, imaginando o problema que enfrentaria quando fosse a nossa vez, já que a pessoa que eu acompanhava tinha deficiência auditiva e normalmente usava um tom mais alto que o normal na sua fala. A médica certamente teria que também usar um tom acima para ser escutada.  

Ao entrar, tudo o que eu previa acabou acontecendo, porém de forma ainda mais constrangedora, já que o problema da paciente era de foro muito íntimo.

Os médicos precisam estar cientes, caso tenham esse problema

Bem, as orientações médicas e os exercícios pélvicos ensinados acabaram sendo de conhecimento de todos que estavam na recepção. Mas não me deixei abalar.

Após o atendimento, me senti na obrigação de falar com a médica sobre o alcance das conversas até a recepção. Ela desconhecia o problema, acreditando que, por ser uma sala nova, as paredes tinham tratamento acústico.

De fato, percebi o seu espanto e sua preocupação. Essa informação foi para ela decepcionante… minha esperança de que pensaria no caso.

Soluções simples podem ajudar, mas com cautela

Manter a privacidade do paciente e dos profissionais é uma condição que precisa ser considerada, inclusive por questões éticas. Soluções simples, como as que mencionei, ajudam a reduzir o problema. Tipos de revestimentos, portas e pisos acústicos e etc. são algumas das opções.

Porém, recomendo que procure um profissional especializado para fazer um estudo do seu caso. Essa atitude pode evitar despesas desnecessárias, pois são muitos os fatores que influenciam na reverberação do som. Até os dutos de ar condicionado central podem propagar o som, se não for feito um tratamento acústico adequado.

Então, é preciso ter sempre em mente que o paciente não precisa saber o que se passa por trás dos bastidores; por isso, a discrição é fundamental!

Suzi Pires | Consultora em Design de Interiores da MarketMed Consultoria

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